Um novo projeto de lei em anĂĄlise no Senado propõe a reativação da obrigatoriedade de extintores de incĂȘndio do tipo ABC (indicados para incĂȘndios em materiais sólidos, líquidos inflamĂĄveis e equipamentos elétricos) nos carros de passeio e veículos utilitĂĄrios. Essa exigĂȘncia foi extinta em 2015, após uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito, mas a proposta visa reverter essa decisão, alterando o Código de Trânsito Brasileiro.
FavorĂĄveis à mudança, senadores como Eduardo Braga destacam que os extintores são um item de segurança essencial e de fĂĄcil operação. Ele também ressaltou que, mesmo com os carros mais modernos, muitos continuam a ter falhas que podem causar incĂȘndios. Segundo Braga, 17% dos recalls de automóveis no Brasil são devido a falhas que poderiam causar incĂȘndios, o que reforça a necessidade do equipamento. Além disso, ele lembrou que o Brasil é signatĂĄrio da Regulação BĂĄsica Unificada de Trânsito, que exige o uso do extintor para a circulação de veículos entre países do Mercosul.
Outro senador que apoia a proposta, Veneziano Vital do RĂȘgo, afirmou que a indústria automobilística, embora contrĂĄria à reintrodução da obrigatoriedade, não pode ignorar os dados recentes de incĂȘndios em carros novos, com campanhas de recall envolvendo grandes fabricantes, como a Renault, que retirou 33.974 carros de circulação por risco de incĂȘndio.
ContrĂĄrios ao retorno da exigĂȘncia, como o senador Styvenson Valentim, apontam que a medida pode ser mais um ônus para os proprietĂĄrios de veículos, sem trazer benefícios prĂĄticos, jĂĄ que muitos motoristas não sabem usar o extintor corretamente. Valentim também destacou que os dados mostram que os extintores são pouco utilizados em incĂȘndios, e que, na maioria dos casos, o mais seguro é evacuar o veículo e deixar o combate ao fogo para os bombeiros.
Para o tenente-coronel Rodrigo Freitas, do Corpo de Bombeiros Militar, o extintor pode ser útil para combater incĂȘndios pequenos, mas a falta de treinamento adequado é uma preocupação, pois pode levar a situações de risco. Ele sugere que a segurança passiva nos veículos, como materiais resistentes ao fogo e a diminuição da toxicidade da fumaça, seja priorizada.
A proposta ainda estĂĄ em anĂĄlise no Senado.
Fonte: AgĂȘncia Senado