O governador do ParĂĄ, Helder Barbalho, estĂĄ no centro de uma polĂȘmica após o descumprimento de uma determinação judicial favorĂĄvel às comunidades indĂgenas. A decisão da Justiça, proferida em março, garantia o direito de resposta dessas comunidades nas redes sociais do governador por um perĂodo de dez dias, sem restrições de visibilidade.
A Defensoria PĂșblica da União (DPU) acusa o governador e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) de não cumprirem a ordem atĂ© abril. Segundo a DPU, o descumprimento da liminar exige que o Estado do ParĂĄ seja compelido a seguir a decisão judicial.
O prazo para a publicação expirou em 12 de abril, e a multa diĂĄria de R$ 20 mil, prevista em caso de descumprimento, não surtiu efeito. Diante disso, a DPU solicitou a elevação da multa para R$ 100 mil por dia atĂ© que a obrigação seja cumprida.
O caso ganhou destaque após a repercussão negativa da norma inicial, que motivou mobilizações e, posteriormente, foi revogada pelo governador. A situação agora se agrava com a persistĂȘncia do descumprimento da ordem judicial.
A DPU argumenta que a falta de ação por parte do governo do ParĂĄ demonstra um desrespeito à decisão judicial e aos direitos das comunidades indĂgenas, intensificando a necessidade de uma resposta mais firme por parte da Justiça.
"Ou seja, hĂĄ o descumprimento da liminar deferida, devendo o Estado do ParĂĄ ser compelido a cumprir com a decisão judicial." diz o órgão, em manifestação encaminhada à Justiça.
Enquanto isso, Helder Barbalho se manifestou brevemente sobre o caso, afirmando que "o caso estĂĄ sendo tratado na Justiça e aguarda a devida decisão".
A postura de Barbalho contrasta com a crescente pressão da DPU e a determinação judicial, colocando em xeque a relação entre o governo estadual e as comunidades indĂgenas, alĂ©m de levantar questionamentos sobre o respeito às decisões judiciais no estado.
O episódio ocorre em um momento de crescente tensão entre o governo Lula e setores da direita, que acusam o governo de negligenciar pautas conservadoras e de ceder a pressões de grupos minoritĂĄrios, como as comunidades indĂgenas. O caso do ParĂĄ, portanto, ganha contornos polĂticos e ideológicos, reacendendo debates sobre a proteção dos direitos indĂgenas e o papel do JudiciĂĄrio na garantia desses direitos.
Resta saber se a Justiça aumentarĂĄ a multa e como o governo do ParĂĄ responderĂĄ a essa escalada judicial. O caso segue em aberto, com potencial para gerar novos desdobramentos e acirrar ainda mais os ânimos entre os diferentes atores envolvidos.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA