Uma pesquisa recente da XP Investimentos revelou que a maioria dos gestores de fundos multimercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa de juros para 14,75% na próxima reunião. A expectativa predominante (81%) é de um aumento de 0,5 ponto percentual, enquanto 19% preveem uma alta de 0,25 p.p.
O Copom já havia aumentado a taxa de juros em 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março. No entanto, no último encontro, sinalizou uma moderação na magnitude dos aumentos futuros.
A pesquisa também indicou uma redução nas estimativas de juros para o final de 2025, com a média esperada caindo para 14,75%. A XP Investimentos sugere que, dependendo do aumento na próxima reunião, o ciclo de alta de juros pode estar próximo do fim.
A depender do aumento na próxima reunião, o ciclo de alta de juros deve chegar ao fim em breve. - Análise da XP.
A projeção da inflação para o final de 2025 ficou em 5,54%, refletindo a diminuição das pressões cambiais. Para o PIB, os gestores preveem um crescimento de 2,11% no final do ano.
Os dados da pesquisa convergem com as estimativas do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, que também projeta a Selic em 14,75% para o final de 2025. A pesquisa também revelou uma mudança nas análises sobre a valorização do dólar frente ao real, com muitos gestores revertendo suas posições de "dólar forte".
Nos últimos meses, as gestoras ajustaram seus posicionamentos. Em março, apenas 25% dos gestores apostavam na valorização do real, enquanto em abril esse percentual saltou para 70%. Paralelamente, as posições vendidas (que apostam na desvalorização da moeda) diminuíram de 75% para 30% no mesmo período.
Essa mudança de postura indica uma melhora na percepção de curto prazo sobre a moeda brasileira, mesmo que o cenário de fundo continue desafiador. No caso do dólar, houve uma queda nas posições compradas (de 70% em março para 26% em abril) e um aumento nas posições vendidas, de 30% para 74%.
Essa reconfiguração tática reflete uma busca por reduzir a exposição ao dólar nas carteiras de multimercado, aproveitando a flexibilidade desses fundos para se adaptar a diferentes cenários.
O desempenho positivo dos fundos multimercados tem atraído novamente o interesse dos investidores. Esses fundos, que combinam diferentes classes de ativos, acumularam até 25 de abril um retorno de 411% do CDI, alta de 3,68%. Esse resultado reflete o bom momento dos ativos de risco locais e a recuperação tática de estratégias macro.
*Reportagem produzida com auxílio de IA