A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira(6), a Operação RETOMADA II visando desarticular organização criminosa voltada à realização de fraudes com o objetivo de invadir e desmatar terras da União. Estima-se que tenham sido "grilados" cerca de 22 mil hectares que, em boa parte, foram objeto de desmatamento para a inserção de gado. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Novo progresso, Santarém, Sinop e Peixoto de Azevedo.
Cerca de 80 policiais participam da operação, foram cumpridos 11 (onze) mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e Mato Grosso, em face de engenheiros, empresários e servidores públicos do Estado do Pará que, junto a uma família de agropecuaristas, possivelmente fazem parte da ORCRIM. Duas empresas de regularização fundiária também foram alvo, bem como o escritório de uma advogada que teria acesso privilegiado a autuações e embargos realizados por uma autarquia ambiental federal.
Durante as investigações identificou-se que empresas, por meio de seus sócios e funcionários, teriam fraudado cadastros de áreas públicas da União através da inserção de dados falsos em sistemas e falsificação de documentos. Os funcionários das empresas atuavam, ainda, no planejamento e acompanhamento em tempo real do desmatamento.
A advogada mencionada também é investigada por, supostamente, negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado o desmatamento ilegal.
A Justiça Federal também decretou o sequestro de aproximadamente R$ 116.000.000,00 (cento e dezesseis milhões de reais), nove imóveis, além do afastamento das funções dos servidores públicos e da advogada.
Operação Retomada
Em agosto deste ano, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação RETOMADA. Foram cumpridos 03 Mandados de busca e apreensão nos municípios de Novo Progresso, no Pará, Sinop, no Mato Grosso e sequestro de veículos, cerca de 20 imóveis, sendo 11 fazendas, bem como a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.
Fonte: Polícia Federal