Dados captados pela tecnologia DBIPro com base no cenário de buscas e comunidades digitais em indexos e redes sociais mostram que, no pós-divórcio, 98% das mulheres precisam de ajuda quanto à autoestima, 87% com os filhos e 79% com o trabalho. Pensando nesse nicho e exercendo a empatia, a jornalista e escritora Mariah Morais lança "Depois do Depois", uma obra considerada sem fim, já que oferece vários QR Codes inseridos com frequência ao conteúdo original, trazendo novos depoimentos, entrevistas de especialistas e atualizações sobre o mundo pós-separação. "Eu queria que, dentro do livro, as pessoas continuassem me encontrando, então decidimos utilizar o que a tecnologia nos oferece. É uma inovação na literatura mundial. Um livro que não tem fim. Os leitores sempre terão um conteúdo renovado e, com isso, eu acabo ajudando ainda mais gente", conta.
Segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), em 2022 o Brasil registrou 420.039 divórcios. É fato que o número de separações aumentou de um ano para outro. Para cada 1.000 pessoas de 20 anos ou mais de idade, este índice passou de 2,5 (2021) para 2,8 (2022). Por já ter passado por isso e vivenciado as dores desse momento, a autora lançou a obra que também agrega uma série de palestras já vistas por um público superior a 100 mil expetadores. "Você não pode deixar que as pessoas contem a sua história da maneira que melhor convém para elas. O “Depois do Depois” foi a forma que encontrei para retratar o que vivi, mostrar os meus sentimentos, sendo fiel à minha visão sobre o todo. Eu pensei: ”Tenho filhos e não quero que eles tenham uma imagem que não seja a correta do final do meu relacionamento’."
Consciente, a comunicadora destaca que o livro não faz apologia ao divórcio, muito pelo contrário, ensina a superar, curar e reorganizar pensamentos, sentimentos e a vida, já que, para a mulher, o fardo sempre parece mais pesado. “Não existiu um culpado, mas, sim, duas pessoas que não queriam mais seguir juntas o seu caminho. Eu precisava mostrar que tentei, porque o livro é sobre as angústias das mulheres que passam por isso. Hoje, o “Depois do Depois” virou uma reflexão para todos que desejam romper ciclos que não fazem mais sentido”, ressalta.
Natural de São Paulo, mas apaixonada por Maceió, a escritora lembra que a obra foi ilustrada com imagens da capital alagoana. Foi uma homenagem que fez ao seu pai, falecido há três anos. “Quando eu lancei esse livro, queria que meu pai estivesse perto de mim. Ele era um alagoano que amava essa cidade incrível, onde recarrego as minhas energias, além de me trazer paz e grandes recordações.” Ela pontua que o livro traz sua própria luz de esperança no pós-divórcio. E é exatamente esse o objetivo do livro. "Eu quero que o ‘Depois do Depois’ seja um lugar de recomeços para todos que têm a coragem de sair da zona de conforto e seguir de cabeça erguida." Em entrevista exclusiva para o portal Jovem Pan, a escritora falou sobre o cenário dos relacionamentos e separações no Brasil.
Na sua opinião, a mulher separada é julgada pela sociedade?
Não é a minha opinião, somos julgadas, isso é fato. Ainda nos dias de hoje, nos enxergam como sinônimos de fracasso. Somos cobradas e julgadas o tempo todo.
O peso maior do divórcio cai sobre as mulheres sempre. Essa realidade nunca vai mudar?
A mulher já nasce culpada de tudo. Acredito que isso só vai começar a mudar quando, principalmente, outras mulheres estenderem mais as mãos umas para as outras. A maior parte dos julgamentos vem do sexo feminino.
Pesquisas apontam que mesmo após o luto (o divórcio é um luto) as mulheres ficam mais bonitas. É uma superação?
Aceito o recebo, rs… Não me considero mais bonita, mas com certeza me sinto mais leve e isso acaba refletindo em todo o resto. É o ciclo natural, parece que nos libertamos de algo que vinha nos calando, matando aos poucos.
A principal pergunta que as pessoas casadas fazem é: será que me separo? Quando e como você chegou a essa decisão em sua vida?
Essa é uma decisão difícil, bem complicada. Temos que entender e reconhecer o que é uma crise e o que é o fim. A certeza vem através de atritos contínuos, do descaso, do distanciamento… Isso vai criando um abismo entre o casal e, quando percebemos, não conseguimos mais voltar. No meu caso foi assim. Quando abri os olhos, não tínhamos mais uma vida em comum. O fator externo, a famosa opinião alheia, a maldade, criaram muitas situações, contribuindo demais para minha decisão. Não tinha a maturidade que tenho hoje. Tive que escolher entre o meu amor ou a minha paz, fiz a segunda opção e não me arrependo. Só para deixar claro, o livro não é e nunca será uma apologia ao divórcio.
Dê 5 dicas práticas de como superar uma separação e seguir em frente.
Não existe uma regra, a gente vive de aprender, mas há momentos em que, na vida, não podemos nos dar por vencidas de jeito algum. Nessa hora temos que entender que somos inteiras, que o casamento não é maior do que nós, ele é só uma parte, que ainda temos muito que viver, então:
Fonte: Jovem Pan