A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) dará início a uma série de ações preventivas para evitar a chegada da praga "vassoura de bruxa da mandioca", conhecida pelo nome científico Rhizoctonia theobromae, no território paraense. A praga foi recentemente detectada no Amapá e é responsável por grandes prejuízos na produção de mandioca, principal cultivo da região Norte.
As primeiras ações de fiscalização e conscientização ocorrerão em municípios localizados na divisa do Pará com o Amapá, como Almerim, Gurupá, Porto de Moz, Afuá, Breves e Chaves, além de outras localidades com forte produção de mandioca, como Acará, Baião, São Domingos do Capim, Moju, Cametá, Concórdia do Pará, entre outros.
O objetivo da ADEPARÁ é reforçar a vigilância fitossanitária na região, por meio de ações educativas e da capacitação de servidores da Agência e produtores rurais sobre os sintomas e a identificação da praga. Jamir Macedo, diretor-geral da ADEPARÁ, destacou a importância dessas ações preventivas. "Nosso objetivo é proteger a produção paraense de mandioca, que é a maior do Brasil. Através de uma fiscalização rigorosa e da conscientização da população, podemos evitar que a praga chegue ao nosso Estado e cause danos à nossa cadeia produtiva", afirmou.
Embora o Pará nunca tenha registrado a presença da praga, o risco de sua introdução é alto devido à proximidade com o Amapá e ao transporte de material de propagação vegetal da mandioca. A ADEPARÁ vai intensificar a fiscalização do trânsito agropecuário, especialmente no transporte de maniva (material utilizado para o plantio de mandioca) proveniente de áreas de risco.
A agência publicou, no início de fevereiro, uma portaria estabelecendo critérios e medidas de defesa sanitária para o controle e prevenção da "vassoura de bruxa". Entre as ações, está a proibição de entrada de plantas e partes de plantas de mandioca provenientes de áreas com ocorrência da praga. Além disso, será exigido Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) para o transporte de produtos vegetais, garantindo que esses materiais não estejam contaminados.
A gerente de pragas quarentenárias da ADEPARÁ, Maria Alice Thomáz, explicou que a praga pode ser disseminada não só por material de plantio, mas também por máquinas, equipamentos e ferramentas agrícolas. "É fundamental que todos sigam as orientações para evitar a propagação da praga, realizando a limpeza adequada de maquinários e não trazendo material de propagação de regiões contaminadas", alertou.
Além disso, a ADEPARÁ está orientando os produtores a não trazerem maniva do Amapá para o Pará, pois isso pode introduzir a doença no Estado. A agência pede que qualquer sintoma suspeito da praga, como ramos secos, nanismo e brotos fracos, seja imediatamente comunicado para o controle oficial.
A portaria também determina a apreensão de cargas interceptadas sem a documentação necessária, além de autuar o transportador e o adquirente da carga. A ADEPARÁ reforça que a medida visa proteger o setor produtivo e evitar prejuízos econômicos significativos à agricultura paraense.