O Ministério Público Federal (MPF) requisitou, nesta quinta-feira (27), esclarecimentos imediatos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sobre as condições da rodovia BR-230, a Transamazônica, no trecho entre Medicilândia e Rurópolis, no Pará.
A solicitação foi feita após o MPF receber denúncias de que a rodovia estaria intrafegável, com atoleiros de grandes proporções, que estariam isolando moradores e dificultando o transporte de pessoas e mercadorias.
A situação é preocupante, pois as denúncias contradizem relatórios anteriores do Dnit, que haviam assegurado que a estrada estava em condições adequadas, mesmo durante o período chuvoso. Em 2024, o MPF já havia alertado o Dnit sobre a necessidade de ações preventivas para evitar atoleiros, erosões e crateras na rodovia. Na ocasião, o Dnit informou que mantinha contratos com empresas para a execução de serviços contínuos de manutenção, garantindo a trafegabilidade do trecho, e enviou fotos mostrando equipes trabalhando no local.
Contudo, as imagens recentes, publicadas nas redes sociais, revelam uma realidade bem diferente: trechos alagados e de difícil passagem, o que levou o MPF a pedir explicações sobre a discrepância entre as informações prestadas pela autarquia e as condições reais da estrada.
Diante dessa divergência, o MPF exigiu que o Dnit apresente, em até cinco dias, justificativas para as diferenças nos relatórios, fotos atualizadas da rodovia em dias chuvosos, detalhes sobre as ações da empresa contratada para reduzir os atoleiros e informações sobre a periodicidade dos serviços de manutenção. Além disso, o MPF determinou uma inspeção urgente no local, que será realizada por um servidor da instituição.
A medida visa esclarecer de forma mais precisa a situação e cobrar a adoção de providências imediatas.