Ainda antes de assumir a PresidĂȘncia, Lula impôs severas restrições às medidas de controle de gastos de Haddad, ao apoiar uma emenda constitucional que permitia aumentar os gastos alĂ©m da recomposição das polĂticas pĂșblicas. Gleisi Hoffmann defendeu essa estratĂ©gia como a Ășnica forma de cumprir as promessas de campanha.
Com a emenda aprovada, Haddad buscou criar um mecanismo de contenção fiscal para substituir o teto de gastos, obtendo apoio para votação nas Casas do Congresso. Paralelamente, Gleisi Hoffmann se empenhou em restabelecer os pisos constitucionais de saĂșde e educação, buscando impedir que as regras do novo arcabouço os atingissem, opondo-se à equipe econômica.
O jornal Estadão destaca que Haddad enfrentou dificuldades logo após a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. Sob a liderança dos deputados do PT, o Legislativo aprovou a polĂtica de valorização do salĂĄrio mĂnimo, garantindo um ganho real equivalente à variação da inflação e ao avanço do Produto Interno Bruto (PIB) registrado dois anos antes. Essa medida, com regra de reajuste próprio, ignora o limite de despesas do arcabouço fiscal recĂ©m-aprovado.
"Mal conseguiu aprovar o arcabouço fiscal na Câmara, Haddad engoliu outro sapo jĂĄ no dia seguinte ao feito", pontua o Estadão.
A situação demonstra um conflito entre as promessas de campanha e a necessidade de responsabilidade fiscal, colocando em xeque a sustentabilidade do arcabouço fiscal proposto por Haddad. O governo de Lula enfrenta o desafio de equilibrar as demandas sociais com a estabilidade econômica, em um cenĂĄrio de pressões polĂticas e expectativas elevadas. A interferĂȘncia do PT nas decisões econômicas, visando o cumprimento de promessas eleitorais, pode comprometer a credibilidade do governo e a confiança dos investidores.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA